domingo, 4 de outubro de 2015

Eleições

Domingo, 04 de outubro, os dias quentes e  ensolarados foram embora ontem e hoje a chuva chegou, o que não é nada bom para os partidos políticos. Hoje é dia de eleições em todo o país, portugueses vão às urnas para escolher os deputados e o primeiro ministro. Aqui o voto não é obrigatório, ou seja, os partidos políticos têm de, não apenas convencer os eleitores de que são a melhor opção mas também de que vale a pena sair de casa para votar. 
E aqui não se vota no candidato mas sim no partido, em geral, o partido com maior quantidade de votos elege o primeiro ministro.
Não é como no Brasil onde os mesários têm um trabalho involuntariamente voluntário... Aqui os mesários, além de não terem de trabalhar amanhã, recebem 50 € livres de impostos.
A cédula é em papel, à "moda antiga" faz-se um X no partido de sua escolha e a apuração dos votos é relativamente rápida visto que o número de eleitores é pequeno comparado ao do Brasil.

Boletim de voto do Distrito do Porto. Fonte CNE
E por último, nós brasileiros podemos votar, mesmo não tendo dupla cidadania, desde que sejamos beneficiários do Estatuto de Igualdade Política, o que pode ser requerido depois de três anos de residência em Portugal.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A Botica do Hospital Real de Santo António

Oi gente
Estava de férias no Brasil mas já estou de volta :)

Hoje vou falar sobre a Botica do Museu do Centro Hospitalar do Porto.


A botica fica no Museu Nacional Hospital de Santo António, inaugurado 1 de outubro de 2013. Conta com duas salas e tem o objetivo de evocar e relacionar as práticas e técnicas de intervenção nas ciências farmacêuticas dos séculos XIX e XX.




Chamada de "Sala de Público", manteve o seu ar oitocentista, apresentando um distinto e raro conjunto de armários de botica e é uma testemunha histórica do desenvolvimento e evolução da ciência pois nos leva à uma época onde era crescente o fabrico de produtos medicinais. Sobre os armários estão bustos de figuras relacionadas às ciências como Broussais (o francês das sangue-sugas), Esculápio (deus greco-romano), Parmentier (o francês da batata), Vauquelin (químico-farmacêutico francês), St. Hilaire (fundador da teratologia)...





 ...e no centro  de todos, às vistas para a entrada, Lineu, Linné ou Linnaeus, como preferir:




Gente até hoje eu não consigo acreditar que o Lineu dizia mesmo aquilo tudo sobre ele próprio. Impossível alguém se achar tanto!!! Mas continuemos...


História: Aquando da inauguração do Hospital Real de Santo António, em agosto de 1799, a botica localizava-se no Hospital D. Lopo de Almeida, na Rua das Flores <3, e só seria transferida para o Santo António 9 anos depois. Apenas em 1854, com a nomeação de Agostinho da Silva Vieira para o lugar de Pharmaceutico administrador é que a botica passaria por uma reforma e se tornaria adequada ao progresso científico e técnico da época. Deste modo, sob a sua direção e graças ao legadoque chegou do Brasil de João Teixeira Guimarães (um brasileiro que quis meio que ajudar com um patrocínio), em 1857 iniciou-se a reforma, finda em 1860. Só então a botica ganhou uma entrada própria, com as belas estantes de botica, um escritório pro admin123 administrador, laboratório e dormitórios pois a galera da Botica era obrigada a residir no edifício e comparecer a toda hora do dia ou da noite em que fossem necessários os seus serviços.



O edifício contava com umas engenhocas (com todo carinho) inventadas pelo Agostinho. Estas máquinas agilizavam (em até 75%) o processo de produção de produtos medicinais muito populares na época como águas sulfhydricas e pomada mercurial.



Primeira Farmacopeia em língua portuguesa



Gente ninguém sabe o que tem dentro deste frasco. Está tão bem vedado que o líquido não evapora e não vale a pena abrí-lo e fazer uma análise apenas a título de curiosidade:




O Hospital em sí é muito lindo...










... e com gente de valor <3

Na altura, essa área externa era muito utilizada para as aulas, pois era crescente o uso de plantas medicinais para o tratamento de diversas enfermidades.


O Museu do Centro Hospitalar do Porto localiza-se no Largo Professor Abel Salazar, pertinho do ICBAS, ao lado da atual entrada do Hospital Santo António.
Contatos: 22 0900628
museudochp@chporto.min-saude.pt


Horário de funcionamento:
Segunda a Sexta-feira: 10h00-18h00

Encerra sábado, domingo e feriados

Bilhete: 1€

domingo, 7 de junho de 2015

Exams are coming


and I have an exam tomorrow


Não consegui SAIR DE CASA ir ao museu porque tive de estudar o dia todo todo todinho.

Ginger, meu companheiro de estudos no quintal:

"I wonder if it'll be friends with me?"






Sábado de sol


Ontem não sei o que se passou mas não consegui postar, as imagens não estavam a carregar...

O tempo aqui está cada vez melhor, ontem fez 29ºC, foi impossível ficar trancada no quarto a estudar.
Meu amigo espanhol me ensinou a fazer paella, que por sinal estava ótima:


Depois fomos ao Vintage Market, evento que acontece todo primeiro sábado do mês no Armazém do Chá. 
Olha que fofura eu encontrei na volta para a casa <3 Estava a olhar para a vitrine pois os quadrinhos do Hergé é que me chamaram a atenção, e de repente vi essa fofura ali, sem dar a mínima para o que estava a se passar ao redor hahaha


Hoje o tempo está ótimo outra vez, estou a estudar um pouco no quarto um pouco no jardim, para pegar uma corzinha e depois do almoço quero encontrar tempo para ir ao museu, espero que eu consiga.

:*
P.S.: "Saudade tem rosto, nome e sobrenome. Saudade tem cheiro, tem gosto. Saudade é a vontade que não passa. É a ausência que incomoda. Saudade é a prova de que tudo valeu a pena..."






sexta-feira, 5 de junho de 2015

Teatro Nacional São João



Decidi não ir ao teatro porque acordei um bocado wasted, mas na última hora, resolvi ir.


 Chegamos cedo mas não o suficiente pois os bilhetes já estavam esgotados :\ 


Fui frustrante. Então fomos à São Bento para mostrar os azulejos para o menino indiano que está aqui de couchsurfing...


... e depois ao Armazém


Este mês será repleto de eventos e atrações devido ao São João! 




Vou ver se encontro algo interessante para fazermos amanhã. Domingo vamos ao Museu nacional  Soares dos Reis! :)

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Rotunda da Boa Vista

Esse mês eu achei que ia fazer uma viagem então nem comprei o passe do metro. No fim das contas nem vou mais, e aproveitando que o tempo está ma ra vi lho so, estou indo para a faculdade a pé. No caminho, passo por um dos lugares que eu mais gosto aqui no Porto, a Praça de Mouzinho de Albuquerque, popularmente conhecida como Rotunda da Boa vista. É a maior praça da cidade, e rotunda aqui é o que chamamos no Brasil de rotatória.

Na rotunda, há o Monumento aos Heróis da Guerra Peninsular, ao entorno deste, o Jardim da Rotunda da Boa Vista.
Sobre a guerra: A Guerra peninsular durou 6 anos, tendo início em 1808. Nesta, os portugueses se uniram aos ingleses contra o exército francês de Napoleão na Península Ibérica.
Sobre o monumeto: Tem 45m de altura, na sua base, está representada a artilharia em movimento, e no topo, um leão (a representar a Inglaterra, que enviou soldados para ajudar os portugueses a alcançar a vitória) sobre uma águia (animal que representava o Império de Napoleão, o que eu acho que ele copiou do império romano rs e os americanos foram ainda mais sem criatividade, cópia da cópia da cópia :X ). A escultura é mesmo linda, oponente e cheia de movimento.



Só não gosto muito de passar por lá após a chuva, pois há muitos pombos a procurar bichinhos na relva, mas tirando isso, é perfeito :) O detalhe que eu mais gosto é a coluna dorsal do leão ^^





domingo, 18 de janeiro de 2015

Tripas à moda do Porto

Um dos pratos típicos daqui são as "Tripas à moda do Porto":

Clique na imagem para ver a receita

A receita leva tripas, outros tipos de carnes e temperos
Eu ainda não tive a coragem oportunidade de provar (é muito pesado!!). Mas vou falar hoje deste prato porque descobri algo muito interessante... No último post falei sobre o Infante D. Henrique, pois bem. Reza a lenda que em 1415, para abastecer as naus que iam rumo à expedição da conquista de Ceuta, comandada pelo pai do Infante, o Rei D. João I, o Infante D. Henrique pediu aos moradores daqui do Porto que cedessem alimentos de todos os gêneros! Assim, todas as carnes que havia na cidade foram limpas, salgadas e armazenadas nas naus. Para os habitantes, sobraram apenas as miudezas... eles tiveram que dar um jeitinho e usar a criatividade. Desta forma surgiu um dos pratos mais característicos da cidade, e também a palavra "tripeiros",  alcunha que refere-se aos portuenses.

E sobre como estão sendo meus últimos dias, uma imagem vale mais que mil palavras:

#senhortiraessador

Por hoje é só, beijinhos! :*

domingo, 11 de janeiro de 2015

Casa do Infante

Gente, eu preciso começar a postar sobre os museus, é que estes posts são mais demorados... Tenho muita coisa pra falar daqui do Porto, e também fui à Lisboa, Belém e Caiscais... E estou sem tempo por conta dos exames :(

Eu devia estar estudando, mas eu não aguento mais ver tanta estatística, tantas fórmulas e letras dando origem a números imensos, então me apetece escrever aqui como uma forma de distração :P
Hoje vou falar sobre a Casa do Infante. Primeiramente, o que é um infante?


Infante é um título dado a todos os filhos legítimos de reis ibéricos que não são herdeiros da coroa, o herdeiro da coroa é o único que recebe o título de Príncipe.
Na Espanha o herdeiro da coroa chama-se Princípe das Asturias e aqui em Portugal, Príncipe Real de Portugal.
Lá, todos os filhos do herdeiro da coroa recebem o título de Infante, incluindo o possível herdeiro, enquanto cá, o herdeiro presuntivo chama-se Príncipe da Beira.

Filho do Rei D. João I (fundador da dinastia de Avis) e de D. Filipa Lencastre, Infante D. Henrique nasceu em 4 de março de 1394, aqui mesmo no Porto. Em 1415 D. Filipa morreu, vítima da peste, e no mesmo ano o reino de Portugal conquistou Ceuta, na costa norte africana... Esta camapanha foi D. Henrique que em 1414 convenceu seu pai a iniciá-la o menino era porreiro, e com esta conquista, o reino de Portugal assumiu o controlo das rotas marítimas de comercio entre o atlântico e o levante, visto que a cidade ficava junto ao estreito de Gibraltar, e foi em Ceuta que o Infante D. Henrique foi armado cavaleiro. Enfim, descrevi este que foi o primeiro feito do nosso protagonista, mas vou resumir o resto da história, que é mesmo longa. Ele ficou conhecido como O Navegador devido à forma como protegeu e instigou ávidamente as primeiras viagens expansionistas, ficando ligado a este período glorioso da história de Portugal, sendo decisiva sua ação no norte da África e do Atlântico, tendo seus feitos comparados aos de Julio César e Alexandre, o Grande, sendo ainda mais enaltecido por se tratarem de conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade. Ele também foi "protetor" da UL, sendo o procurador da universidade junto ao rei (seu irmão D.Duarte), e este era um cargo de muito prestígio, que garantia grande importância social. Por estas e por outras cenas, o Infante D. Henrique foi exaltado de uma maneira meio que sobrenatural... Era casto, não era avarento, gostava de aplicar-se nos seus trabalhos e projetos, não dormia muito e apesar de portuense, não bebia vinho. É uma figura importante nas correntes nacionalistas (que dominaram o Estado Novo), representando a coragem, e espírito empreendedor e o dinamismo do povo Português. Morreu a 13 de novembro, na vila de Sagres.
Aquando do centenário do seu nascimento, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, a cidade do Porto fez comemorações imensas, de modo a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome à uma rua. Sempre passei pela estátua, para descer à ribeira, e nunca tinha reparado que é em homenagem ao Infante D. Henrique:


1418-1433

"Ao Infante D. Henrique/ Iniciador dos descobrimentos dos portuguezes/  O PORTO/ Sua Patria dedica"
 Na altura do centenário do nascimento, foi feito um concurso para a estátua que celebraria a comemoração, e no museu há alguns dos projectos mas foi uma das coisas as quais não fotografei.

Sobre a Casa do Infante: É m edifício que foi construído de forma a albergar os serviços da Coroa daqui da cidade: Contadoria da Fazenda, Alfândega e a Casa da Moeda. Estes painéis localizados logo na entrada contam um pouco da história:






 A Figura acima é uma reconstituição da Alfândega do século XIV. O local onde esta reconstituição está corresponde à torre mais alta, que na altura albergaria nos pisos superiores a habitação do Almoxarife Régio. Ao longo dos séculos muitas alterações foram feitas em suas estruturas...

Quando o rei Afonso IV decidiu construir a Alfândega, em 1325, o povoamento urbano estendia-se a ambas as margens. A população se concentrava no morro de Penaventosa e no Castelo de Gaia. O desenvolvimento das actividades ligadas ao rio e ao mar intensificou a ocupação das zonas ribeirinhas e com o apoio régio, justificou a criação de Vila Nova. A documentação deste período dá-nos a conhecer diversas póvoas periféricas, que estão na origem das actuais frequesias. Aqui o meu endereço tem junta e freguesia, algo no Brasil comparado a bairro e cidade, o distrito é o Porto, é um bocado confuso, eu ainda não consegui perceber muito bem como funciona haha. Enfim, dentro da presente área concelhia havia já no século XII, vários coutos eclesiásticos, cuja importância regional pode ser avaliada no mapa da foto a seguir, sobre propriedade privilegiada. A sua enorme concentração na margem direita do Douro explica as políticas levadas a cabo pela Coroa, nos séculos XIII e XIV, relativamente ao Porto e a Gaia.




Honra era o nome dado às terras pertencentes a um nobre, à qual se atribuiam privilégios de caráter administrativo, judicial e fiscal. Couto eram terras igualmente privilegiadas cujos direitos eram concedidos pelo rei ao clero ou a certos nobres, através de uma carta. Termo era a área constituída por várias terras, que estavam sob a alçada administrativa de um município ou a quem o rei reconhecia maior importância.

Em exibição, há várias peças encontradas durante escavações... também há uma maquete imensa, interativa onde os sítios estão numerados e pode-se apertar num painel o botão correspondente, para ouvir uma gravação a explicar sobre tal sítio.  





Saber que neste sítio eram realizadas as actividades da alfândega é mesmo fixe... Ali eram fiscalizados todos os produtos que chegavam nos navios. À chegada dos navios, o Almoxarife, o Escrivão e o Dizimeiro dirigiam-se numa "lancha" para inspeccionar a mercadoria. """"Lancha"""" pois estou a usar as palavras que li no museu hahaha não era nada parecida com a lancha da Juliana desmaiada cuja amiga perdeu "o óculos" haha. Voltando aos procedimentos da Alfândega...  Os fiscais inspeccionavam a carga na presença do mestre do navio e preparavam o rol das mercadorias a dizimar, tudo isto dentro no navio, se algo não estivesse nos conformes a treta era resolvida ali mesmo. Concluído o registro da mercadoria, esta era desembarcada e encaminhada para o Armazém, onde os artigos eram medidos e/ou pesados (Pero Vaz de Caminha a certa altura foi chefe da balança)  diante da mesa do despacho, o mercador tinha de prestar juramento sobre os evangelhos relativamente à veracidade de suas declarações, tipo o Jura dizer a verdade, somente a verdade e nada mais que a verdade que vê-se no Law & Order. Após a avaliação do Juiz e aplicação da dízima, a mercadoria era desembargada e selada. No escritório, completavam-se os registros, guardavam-se os documentos e arrecadavam-se as receitas. A figura a seguir não está muito boa ilustra este passo-a-passo ou algumas partes dele, para o que não coube na foto, usem a imaginação =P:


E mais algumas peças de exposição:






Eu fique desmaiada quando vi esta talha! Olha que imensa!
Depois do choque que tive ao pensar no trabalho que deu para encontrar/unir todos estes pedacinhos, comecei  a pensar em como elas deviam ser úteis na época, para armazenar os mantimentos... Depois vi que ao lado, havia um painel a contar uma historinha infantil sobre três tralhas a conversar com uma menina, a explicar para que elas serviam... era uma historinha muito gira, pena que foi tanta informação a entrar na minha cabeça que não me lembro da história em detalhes, depois vou procurar...
Ah, e também tinha um painel com fotografias a documentar o processo de restauração desta talha e de outras de outros sítios.

A peça em destaque na altura era uma daquelas mãozinhas que tem nas portas e pelas quais eu sou fascinada. Não fotografei mas para quem não sabe o que é, vai esta foto que tirei uuma noite voltanto do Piolho:



Também havia um painel a explicar sobre este tipo de campainha... não se sabe ao certo a sua origem, mas era muito utilizado em várias cidades de diferentes países. Havia uma foto de um cartaz na porta de uma casa a dizer: 1º piso: "1 batida. 2º piso: 2 batidas. 3º piso: 3 batidas".

A Casa do Infante localiza-se na Rua da Alfândega, 10, Porto obvsly (:

sábado, 29 de novembro de 2014

O Natal está a chegar!

E hoje eu tive que interromper os estudos e ir até a Aliados ver a  iluminação do Natal. A árvore de 24 metros foi colocada em frente à Câmara Municipal.





Teve apresentação de um excerto do bailado "Quebra-Nozes", com 20 bailarinos a representar uma noite de natal, foi mesmo giro.



Um vídeo da Câmara Municipal sobre a celebração de hoje:

 E na placa inferior da Aliados foi inaugurada a exposição "Texturas Sonoras", assinada pela arquitecta Isabel Barbas. São cinco estruturas triangulares, iluminadas e que convidam os observadores a tocarem-nas aleatoriamente, produzindo sons. A partir do dia 11 teremos duas pistas de gelo, de acesso livre :D



O clima da cidade está mesmo mágico, com uma energia muito positiva... Vamos ver o que o Pai Natal me reserva :)